Uma das experiências mais incríveis que já tivemos como profissionais e como grupo. Este é um resumo do que foi o terceiro workshop internacional da cia.
O Phillip ficou hospedado em minha casa, por isso faço questão de dividir com vocês tudo o que vivenciei com ele, pois além de ficar com ele a maioria do tempo, também fui intérprete, então conversamos muito.
Phillip Chbeeb e Filipi Escudine nos ensinaram tudo o que puderam, além de serem pessoas maravilhosas e do bem - o que certamente conta muito mais do que qualquer outra coisa.
As aulas na segunda-feira foram maravilhosas. Filipi trouxe uma coreografia que pode nos mostrar seu estilo e talento, que chamou a atenção de todos - até daqueles que ainda não conheciam bem o seu trabalho.
A sequência de Phillip foi sensacional, e a maioria achou bem difícil - o que já era esperado, pois a movimentação e a musicalidade dele são únicas.
Os dois professores foram extremamente pacientes e atenciosos com todos, tirando fotos, respondendo perguntas, autografando tênis, e tudo mais.
No final da sua aula - que durou aproximadamente duas horas - Phillip ainda dançou o famoso "Cagado" e uma nova, que ainda não está terminada, mas que será a próxima a ser colocada no youtube. Todos ficaram maravilhados com a sua performance, pois além de dançar, Pacman sente cada movimento, cada batida, cada palavra de todas as músicas, e fez até com que alguns expectadores chorassem ao assisti-lo.
Outro fato que me chamou a atenção foi um fã de Cuiabá, Mato Grosso, que veio especialmente para ver o Pacman. O nome dele é Wenry. Ele fez vários desenhos do Phillip e isso deixou ele muuuuuito feliz e surpreso - até gravou um vídeo agradecendo e mostrando os presentes. Mais um exemplo da sua humildade e bondade - apesar de ser tudo o que é, de ter feito tudo o que já fez e ser muito famoso, Pacman é muito simples.
Depois do workshop, a maioria dos alunos JLC que estava nas aulas foi jantar com eles, e pode também conversar um pouquinho. Mais uma vez eles foram extremamente pacientes e responderam tudo o que foi perguntado.
No dia seguinte, Pacman e Filipi passaram horas gravando um vídeo, que em breve estará na internet. Assim que estiver no youtube nós divulgaremos. Só podemos adiantar que é muito engraçado.
O Phillip é extremamente criativo e não para de ter ideias 24 horas por dia. Está sempre fazendo "tutting" e quando acredita que teve alguma ideia extraordinária liga o MacBook na hora e grava o que imaginou, para não esquecer. Ele fez isso muitas vezes aqui no Brasil.
Queríamos que ele conhecesse um pouco da cultura brasileira no pouco tempo que esteve conosco, então fizemos ele provar vários pratos que estamos acostumados a comer todos os dias: arroz, feijão, farofa, brigadeiro, salgadinhos de festa... No final da viagem, ele nos disse que em nenhum lugar do mundo ele comeu tão bem quanto aqui, e que realmente a melhor comida do mundo é a do Brasil.
Não preciso nem dizer que minha mãe ficou super feliz em saber disso, pois ela quem fez o almoço para ele todos os dias.
Phillip acorda cantando e de bom humor, e assim fica o dia todo. É realmente muito bom estar ao lado dele e do Filipi, são pessoas muito boas, talentosas e criativas. Os dois se tornaram muito amigos no tempo em que passaram aqui, e só ficavam separados na hora de dormir, pois o Filipi ficou na casa do Julio e da Camila.
Na terça-feira organizamos uma reunião com os dois na academia, junto com os alunos Julio Lima Company que estavam no workshop, que acabou durando mais de duas horas. Mais uma vez eles dançaram para nós, ensinaram, tiraram fotos e responderam MUITAS perguntas. Foi mais um bate-papo. Sentamos todos em uma roda e todos que tinham perguntas o fizeram.
Para mim o que mais chamou atenção foi o modo de pensar do Phillip em relação à sua dança. Ele não tem a menor pretensão de dançar com cantores, apesar da maioria dos dançarinos de Los Angeles querer isso. Diz que respeita muito o trabalho de todos, mas que ele acredita que o dançarino é um artista como o cantor e que a dança não merece ser um simples pano de fundo para outra arte, pois ela sozinha já é completa. Seu maior objetivo é realmente ser conhecido por suas coreografias e estilo.
Acredita que o maior desafio para quem quer dançar é a aceitar que nunca vai ser remunerado como uma estrela do cinema, por isso seu trabalho é mais do que simplesmente dançar. Tem que vir de dentro, da emoção, ser profundo.
Perguntaram-lhe qual sua maior inspiração e se ele tem algum ídolo. Ele respondeu que a inspiração dele está em tudo, pois ele pode se inspirar em objetos, em situações, em emoções... Disse que tudo o que viveu até hoje influencia em seu modo de dançar e criar, e que por isso não tem uma inspiração principal.
Na questão "ídolo", Phillip disse que admira muitos dançarinos, de diferentes estilos. Recentemente encontrou-se com Salah, a quem é muito comparado, e nos confidenciou que para ele, no momento, ele é um dos seus maiores ídolos.
"Sempre haverão pessoas novas. No momento a pessoa nova sou eu, a inovação sou eu, como eles dizem. Amanhã, no entanto, surgirá uma novidade, e eu com certeza serei o ultrapassado. Na dança é assim. As pessoas julgam demais. Por isso faço somente o que eu gosto, sem me preocupar com que os outros vão achar."
Phillip é muito inteligente. Fez três anos de engenharia, e pretende voltar para concluir o último ano de curso, pois tem bolsa numa universidade do Texas. Fez pouquíssimas aulas de dança - o que ele mais fez foi trocar informações com amigos que eram bons em diferentes estilos, como o house dance.
Sua lógica de pensamento em relação ao aprendizado da dança é muito interessante, pois ele pensa ao contrário do que costumamos fazer aqui no Brasil. O que ele fez é estudar sozinho, na frente do espelho, os seus próprios movimentos. Fez isso por muito tempo, sem ver e nem aprender com outra pessoa. Só depois de seu limite é que começou a estudar com os outros. Disse que assim conseguiu construir seu estilo único e criativo.
No Brasil fazemos diferente: primeiro fazemos aula com muitos professores, estudamos muito as outras pessoas, para depois tentarmos definir nosso estilo. Nunca tinha pensado ao contrário e isso me fez questionar diversos paradigmas em relação à minha vida, e acredito que fez com que muitos que estavam ali também questionassem. Isso realmente não tem preço.
Filipi contou muito de suas experiências ao redor do mundo, pois passou muito tempo viajando com a companhia GRN (Grupo de Rua de Niterói), de Bruno Beltrão. Disse que em cada cidade, ele buscava aprender a cultura local e procurava academias de dança para fazer aulas. Seu objetivo era aproveitar ao máximo a experiência da turnê mundial, por isso focou no aprendizado cultural.
Decidiu parar de viajar com a companhia quando percebeu que aquilo não mais o fazia feliz. Voltou para o Brasil com o objetivo de aprimorar sua carreira como professor e dançarino, e procurou fazer apenas aquilo que lhe agradava. Neste meio tempo, começou a coreografar músicas de amor. Dessa maneira, ele conseguia, através de suas sequências, transmitir seus sentimentos, descobrindo que era isso que o realizava.
Enfrentou muitas dificuldades na família quando revelou que pretendia viver de dança. Apesar de ter sempre trabalhado muito, sua mãe não acreditava que seria possível viver só de dança.
"Eu nunca fiz as coisas querendo provar nada pra ninguém, só pra minha mãe, porque ela sempre duvidou, sempre me mandava fazer faculdade, trabalhar com outra coisa. Ela só começou a acreditar quando eu a dei de presente uma TV de plasma com o meu dinheiro."
Como já disse, eu repito: esta experiência foi uma das melhores que já passamos na vida. Além de ter sido maravilhoso conhecê-los, foi maravilhoso também ver o sorriso estampado de cada um dos alunos, que sonhavam em um dia conhecer o Phillip e que acreditavam ser uma realidade distante.
Lembrem-se sempre que nada é impossível, e que estes últimos dias vieram para mais uma vez provar isso pra gente.
Espero que tenham gostado do meu relato e se tiverem mais alguma coisa para falar, que eu tenha esquecido, por favor comentem!
Fechamos o primeiro ano letivo Julio Lima Company com chave de ouro. O primeiro de muitos que com certeza virão. Muito obrigada a cada um de vocês, alunos, pais, admiradores e apoiadores. Agradeço em meu nome, em nome do Julio e da Camila. Sem vocês nada disso teria sentido.
Agradecimento especial também ao Wendell Mourige, organizador do Urbanus Master's Class e à Catarine Dias, que hospedou o Phillip no Rio de Janeiro, nossos parceiros neste evento.
There goes my baby!
TODAS AS FOTOS DO WORKSHOP ESTÃO AQUI.
O Phillip ficou hospedado em minha casa, por isso faço questão de dividir com vocês tudo o que vivenciei com ele, pois além de ficar com ele a maioria do tempo, também fui intérprete, então conversamos muito.
Phillip Chbeeb e Filipi Escudine nos ensinaram tudo o que puderam, além de serem pessoas maravilhosas e do bem - o que certamente conta muito mais do que qualquer outra coisa.
As aulas na segunda-feira foram maravilhosas. Filipi trouxe uma coreografia que pode nos mostrar seu estilo e talento, que chamou a atenção de todos - até daqueles que ainda não conheciam bem o seu trabalho.
A sequência de Phillip foi sensacional, e a maioria achou bem difícil - o que já era esperado, pois a movimentação e a musicalidade dele são únicas.
Os dois professores foram extremamente pacientes e atenciosos com todos, tirando fotos, respondendo perguntas, autografando tênis, e tudo mais.
No final da sua aula - que durou aproximadamente duas horas - Phillip ainda dançou o famoso "Cagado" e uma nova, que ainda não está terminada, mas que será a próxima a ser colocada no youtube. Todos ficaram maravilhados com a sua performance, pois além de dançar, Pacman sente cada movimento, cada batida, cada palavra de todas as músicas, e fez até com que alguns expectadores chorassem ao assisti-lo.
Outro fato que me chamou a atenção foi um fã de Cuiabá, Mato Grosso, que veio especialmente para ver o Pacman. O nome dele é Wenry. Ele fez vários desenhos do Phillip e isso deixou ele muuuuuito feliz e surpreso - até gravou um vídeo agradecendo e mostrando os presentes. Mais um exemplo da sua humildade e bondade - apesar de ser tudo o que é, de ter feito tudo o que já fez e ser muito famoso, Pacman é muito simples.
Depois do workshop, a maioria dos alunos JLC que estava nas aulas foi jantar com eles, e pode também conversar um pouquinho. Mais uma vez eles foram extremamente pacientes e responderam tudo o que foi perguntado.
No dia seguinte, Pacman e Filipi passaram horas gravando um vídeo, que em breve estará na internet. Assim que estiver no youtube nós divulgaremos. Só podemos adiantar que é muito engraçado.
O Phillip é extremamente criativo e não para de ter ideias 24 horas por dia. Está sempre fazendo "tutting" e quando acredita que teve alguma ideia extraordinária liga o MacBook na hora e grava o que imaginou, para não esquecer. Ele fez isso muitas vezes aqui no Brasil.
Queríamos que ele conhecesse um pouco da cultura brasileira no pouco tempo que esteve conosco, então fizemos ele provar vários pratos que estamos acostumados a comer todos os dias: arroz, feijão, farofa, brigadeiro, salgadinhos de festa... No final da viagem, ele nos disse que em nenhum lugar do mundo ele comeu tão bem quanto aqui, e que realmente a melhor comida do mundo é a do Brasil.
Não preciso nem dizer que minha mãe ficou super feliz em saber disso, pois ela quem fez o almoço para ele todos os dias.
Phillip acorda cantando e de bom humor, e assim fica o dia todo. É realmente muito bom estar ao lado dele e do Filipi, são pessoas muito boas, talentosas e criativas. Os dois se tornaram muito amigos no tempo em que passaram aqui, e só ficavam separados na hora de dormir, pois o Filipi ficou na casa do Julio e da Camila.
Na terça-feira organizamos uma reunião com os dois na academia, junto com os alunos Julio Lima Company que estavam no workshop, que acabou durando mais de duas horas. Mais uma vez eles dançaram para nós, ensinaram, tiraram fotos e responderam MUITAS perguntas. Foi mais um bate-papo. Sentamos todos em uma roda e todos que tinham perguntas o fizeram.
Para mim o que mais chamou atenção foi o modo de pensar do Phillip em relação à sua dança. Ele não tem a menor pretensão de dançar com cantores, apesar da maioria dos dançarinos de Los Angeles querer isso. Diz que respeita muito o trabalho de todos, mas que ele acredita que o dançarino é um artista como o cantor e que a dança não merece ser um simples pano de fundo para outra arte, pois ela sozinha já é completa. Seu maior objetivo é realmente ser conhecido por suas coreografias e estilo.
Acredita que o maior desafio para quem quer dançar é a aceitar que nunca vai ser remunerado como uma estrela do cinema, por isso seu trabalho é mais do que simplesmente dançar. Tem que vir de dentro, da emoção, ser profundo.
Perguntaram-lhe qual sua maior inspiração e se ele tem algum ídolo. Ele respondeu que a inspiração dele está em tudo, pois ele pode se inspirar em objetos, em situações, em emoções... Disse que tudo o que viveu até hoje influencia em seu modo de dançar e criar, e que por isso não tem uma inspiração principal.
Na questão "ídolo", Phillip disse que admira muitos dançarinos, de diferentes estilos. Recentemente encontrou-se com Salah, a quem é muito comparado, e nos confidenciou que para ele, no momento, ele é um dos seus maiores ídolos.
"Sempre haverão pessoas novas. No momento a pessoa nova sou eu, a inovação sou eu, como eles dizem. Amanhã, no entanto, surgirá uma novidade, e eu com certeza serei o ultrapassado. Na dança é assim. As pessoas julgam demais. Por isso faço somente o que eu gosto, sem me preocupar com que os outros vão achar."
Phillip é muito inteligente. Fez três anos de engenharia, e pretende voltar para concluir o último ano de curso, pois tem bolsa numa universidade do Texas. Fez pouquíssimas aulas de dança - o que ele mais fez foi trocar informações com amigos que eram bons em diferentes estilos, como o house dance.
Sua lógica de pensamento em relação ao aprendizado da dança é muito interessante, pois ele pensa ao contrário do que costumamos fazer aqui no Brasil. O que ele fez é estudar sozinho, na frente do espelho, os seus próprios movimentos. Fez isso por muito tempo, sem ver e nem aprender com outra pessoa. Só depois de seu limite é que começou a estudar com os outros. Disse que assim conseguiu construir seu estilo único e criativo.
No Brasil fazemos diferente: primeiro fazemos aula com muitos professores, estudamos muito as outras pessoas, para depois tentarmos definir nosso estilo. Nunca tinha pensado ao contrário e isso me fez questionar diversos paradigmas em relação à minha vida, e acredito que fez com que muitos que estavam ali também questionassem. Isso realmente não tem preço.
Filipi contou muito de suas experiências ao redor do mundo, pois passou muito tempo viajando com a companhia GRN (Grupo de Rua de Niterói), de Bruno Beltrão. Disse que em cada cidade, ele buscava aprender a cultura local e procurava academias de dança para fazer aulas. Seu objetivo era aproveitar ao máximo a experiência da turnê mundial, por isso focou no aprendizado cultural.
Decidiu parar de viajar com a companhia quando percebeu que aquilo não mais o fazia feliz. Voltou para o Brasil com o objetivo de aprimorar sua carreira como professor e dançarino, e procurou fazer apenas aquilo que lhe agradava. Neste meio tempo, começou a coreografar músicas de amor. Dessa maneira, ele conseguia, através de suas sequências, transmitir seus sentimentos, descobrindo que era isso que o realizava.
Enfrentou muitas dificuldades na família quando revelou que pretendia viver de dança. Apesar de ter sempre trabalhado muito, sua mãe não acreditava que seria possível viver só de dança.
"Eu nunca fiz as coisas querendo provar nada pra ninguém, só pra minha mãe, porque ela sempre duvidou, sempre me mandava fazer faculdade, trabalhar com outra coisa. Ela só começou a acreditar quando eu a dei de presente uma TV de plasma com o meu dinheiro."
Como já disse, eu repito: esta experiência foi uma das melhores que já passamos na vida. Além de ter sido maravilhoso conhecê-los, foi maravilhoso também ver o sorriso estampado de cada um dos alunos, que sonhavam em um dia conhecer o Phillip e que acreditavam ser uma realidade distante.
Lembrem-se sempre que nada é impossível, e que estes últimos dias vieram para mais uma vez provar isso pra gente.
Espero que tenham gostado do meu relato e se tiverem mais alguma coisa para falar, que eu tenha esquecido, por favor comentem!
Fechamos o primeiro ano letivo Julio Lima Company com chave de ouro. O primeiro de muitos que com certeza virão. Muito obrigada a cada um de vocês, alunos, pais, admiradores e apoiadores. Agradeço em meu nome, em nome do Julio e da Camila. Sem vocês nada disso teria sentido.
Agradecimento especial também ao Wendell Mourige, organizador do Urbanus Master's Class e à Catarine Dias, que hospedou o Phillip no Rio de Janeiro, nossos parceiros neste evento.
There goes my baby!
TODAS AS FOTOS DO WORKSHOP ESTÃO AQUI.
ola pessoal... realmente foi algo inenarravel ter a presença do phillip com a gnt.. vai ser inesquecivel eu entregando meu presente pra ele e ver ele dançando brilhantemente como sempre... obrigado a todos q me proporcionaram isso... vlw gnt!!!
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